sexta-feira, setembro 02, 2005

Falamos muito em sentimentos, emoções, propostas de vidas diferentes daqueles que conhecemos e até mesmo que vivemos. Sorrimos quando estamos apaixonados, dançamos, falamos sozinhos, temos o chamado "pique" para trabalhar e estudar. O coração salta nos olhos vivos e imaginamos um futuro brilhante ao lado do ser amado.
Mas um belo dia, acordamos e o sol não brilha mais, o céu acinzentado nos abre a cortina da escuridão, do medo de viver. E as lágrimas rolam, nascidas da nossa desilusão, do sentimento de rejeição. E então, amargurados, odiamos o mundo, as flores, os pássaros, os vizinhos, o trabalho, a noite, o dia ... Abraçamos apenas a dor da separação e, no fundo do poço, encontramos todo o nosso potencial de angústia.
Alguem quieto, meio sem ter percebido, repetindo palavras corrisqueiras, simplórias, tenta nos chamar a atenção e, pacientemente, se coloca ao nosso lado ouvindo o gritar da nossa dor, dela compartilhando conosco, oferecendo-nos um sorriso meio de lado, para não nos agredir. Nos oferece um copo de água, um passeio no shopping, uma ida ao cinema, uma roupa bonita, um caminhar junto. Meio sem saber, mas sabendo de tudo, coloca-se como estátua ao nosso lado, esperando o momento certo. Estou falando de um sentimento, que pouco nutrem e, por isso poucos conhecem. Estou falando de amor, da calma, da paciência, do bem querer, do respeito, do falar alto sem gritar, do sorrir no chorar, do ouvir, do aceitar, do acreditar de que o amor é capaz, mesmo quando não consegue andar.


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