Francisco Manuel Lumbrales de Sá Carneiro, foi Primeiro-ministro de Portugal, durante cerca de onze meses, em 1980.
Advogado de profissão, foi eleito, dentro das listas da Acção Nacional Popular, o partido único do regime salazarista, para a Assembleia Nacional, o parlamento fantoche do regime, convertendo-se em líder da Ala Liberal , onde desenvolveu diversas iniciativas tendentes à gradual transformação da ditadura numa democracia típica da Europa Ocidental. Não tendo alcançado os objectivos pelos quais se propusera pugnar, viria a resignar ao cargo de deputado com outros membros da Ala Liberal, entre os quais Francisco Pinto Balsemão.
Em Maio de 1974, após a Revolução dos Cravos, Sá Carneiro fundou o Partido Popular Democrata (PPD), entretanto redesignado Partido Social-Democrata (PSD), juntamente com nomes como Francisco Pinto Balsemão e José Magalhães Mota, tendo-se tornado seu primeiro secretário-geral.
Nomeado ministro sem pasta em diversos governos provisórios, seria eleito deputado à Assembleia Nacional Constituinte no ano seguinte, e em 1976 eleito para a I Legislatura da Assembleia da República.
Em Novembro de 1977, demitiu-se da chefia do partido, mas seria reeleito no ano seguinte para desempenhar a mesma função.
Em finais de 1979, conduziu a Aliança Democrática (uma coligação entre o seu PPD/PSD, o Centro Democrático Social/Partido Popular de Diogo Freitas do Amaral, o Partido Popular Monárquico de Gonçalo Ribeiro-Telles, e alguns independentes) à vitória nas eleições legistativas desse ano. Dispondo de uma ampla maioria a apoia-lo (a maior coligação governamental até então desde o 25 de Abril), foi chamado pelo Presidente da República Ramalho Eanes para liderar o novo executivo, tendo sido designado como Primeiro-Ministro de Portugal em 3 de Janeiro de 1980, sucedendo assim a Maria de Lourdes Pintasilgo.
Sá Carneiro viria a falecer em circunstâncias trágicas, em 4 de Dezembro desse mesmo ano, quando o avião no qual seguia se despenhou em Camarate, pouco depois da descolagem do aeroporto de Lisboa, quando se dirigia ao Porto para tomar parte num comício destinado a apoiar o candidato presidencial da coligação, o general António Soares Carneiro. Não obstante o sucedido, o seu candidato viria a perder as eleições que se realizaram poucos dias depois para o general Eanes, que foi assim reeleito para o seu segundo mandato à frente dos destinos do País. Conjuntamente com ele faleceu o ministro da Defesa, o democrata-cristão Adelino Amaro da Costa.
Ainda hoje, mais de vinte e cinco anos depois dos acontecimentos, se continuam a digladiar duas teses envolvendo a sua morte: um puro e simples acidente, ou um atentado (e nesse caso, desconhecendo-se quem o perpetrara e contra quem teria sido ao certo…)
2 Comentários:
Até parece que ninguém está interessado que se saiba de facto o que se passou, no entanto existe uma corrente muito forte que não duvida do assassinato e eu incluo-me nesses.
Pois é Pires... Parece que vamos ficar na dúvida ???? para sempre.
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